Guylène Collober, 51, confessou o crime em Lyon; polícia investiga
histórico de violência doméstica contra o septuagenário
Uma francesa de 51 anos confessou ter matado a socos seu companheiro septuagenário
e guardado o corpo durante quase dois anos em um freezer no apartamento do
casal em Lyon, no sudeste do país.
Guylène Collober está presa e deve ser indiciada nesta quinta-feira por homicídio culposo, segundo o Ministério Público da França.
O corpo do
aposentado Jean-François Poinard, de 71 anos, ex-dono de um tradicional
restaurante em um vilarejo nos arredores de Lyon, foi descoberto na terça-feira
em uma batida da polícia no apartamento do casal. "Trata-se provavelmente
de uma briga violenta que terminou mal. O caso teria sido banal se o corpo não
tivesse ficado por quase dois anos em um congelador", declarou o
procurador de Lyon, Marc Desert.
Segundo ele, pode se tratar do caso de um homem vítima de violência
doméstica. "Isso acontece, mesmo que seja mais raro do que a violência
contra as mulheres", disse.
Histórico
de violência
O procurador
descreveu a mulher como alguém de personalidade com tendências patológicas,
"narcisista, possessiva e violenta". "Ela isolou o companheiro
de seus amigos, de sua família e dos vizinhos, que não o viam há bastante
tempo", disse Desert.
As investigações
iniciais revelaram que o aposentado foi visto várias vezes no bairro com marcas
de violência no corpo. De acordo com o procurador, a francesa havia declarado
inicialmente aos investigadores que seu companheiro teria sido agredido por
ladrões.
"No fim ela
deu uma versão coerente dos fatos e confessou ter matado seu companheiro a
socos em novembro de 2008. Desamparada, deixou o corpo na banheira por alguns
dias antes de comprar um freezer para guardá-lo", afirmou Desert, em
entrevista coletiva.
"As
investigações permitirão confirmar ou não essa versão", disse o
procurador, acrescentando que a autópsia do corpo levará alguns dias "em
razão de seu estado de congelamento".
O alerta à polícia
foi dado pela filha de Guylène Collober que, em estado de embriaguez, teria lhe
confessado o crime. Incrédula em um primeiro momento, a filha percebeu que não
via Poinard havia quase dois anos. Foi então que decidiu denunciar à mãe às
autoridades.
Após tocar várias
vezes a campainha do apartamento em vão, a polícia foi ao local com um chaveiro
para arrombar a porta.
Segundo o jornal Le Progrès, de Lyon, no momento em que a polícia
conseguiu abrir a fechadura, Collober teria aparecido gritando para que os
policiais não entrassem, pois "encontrariam alguma coisa".
O corpo foi rapidamente descoberto no freezer. Poinard estava em posição fetal, em pijamas e com um saco plástico na cabeça, ainda de acordo com o Le Progrès.
O casal vivia junto
desde 2001. O filho único do septuagenário, Jean-Stéphane, reside nos Estados
Unidos desde 2007. Em entrevista ao Le Progrès, o filho afirma que a
companheira de seu pai fez tudo para isolá-lo da família e dos amigos.
"Ele trocava
de número de telefone o tempo todo e não queria que eu o passasse para ninguém,
nem mesmo para minha mãe. Nos últimos tempos, era Collober que atendia quando
eu ligava e ela dizia que meu pai ligaria de volta mais tarde", disse
Jean-Stéphane.
"Ele nunca
telefonou nem respondeu às cartas dos netos", disse o filho de Poinard.
Ainda segundo o jornal, as duas irmãs da vítima, amigos e conhecidos foram
várias vezes ao apartamento do casal, mas nunca alguém abriu a porta.
Fonte: Último
Segundo
Link da notícia: http://ultimosegundo.ig.com.br/mundo/bbc/francesa+mata+companheiro+de+71+anos+e+deixa+corpo+no+freezer/n1237746386142.html
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