Ela, o policial militar major Soares
e a professora Dulce Silva vieram ao 'Agora' falar sobre casos em que a
violência parta da mulher.
Da esquerda para a direita: A professora Dulce Silva, o major Soares da PM e a delegada Vilma Alves |
“Síndrome da mulher agredida”. É como a
delegada Vilma Alves chama o rompante de raiva que a mulher que sofre com
violência conjugal diariamente sente, e que muitas vezes pode terminar em
tragédia. Ela, o policial militar major Soares, comandante da companhia do
bairro Promorar e a pesquisadora de gênero, a professora Dulce Silva estiveram
no programa Agora, da Rede Meio Norte, para tratar do assunto: e quando a
violência parte da mulher para o homem?
Na noite de ontem, no bairro
Promorar, uma briga conjugal terminou com a esposa desferindo uma facada no
peito do marido. Quando o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência)
chegou ao local, a vítima já havia falecido. Segundo os vizinhos, as discussões
eram frequentes e o marido chegou a agredir a esposa, diversas vezes. O major
Soares disse que a companhia recebe chamados de violência conjugal diariamente
na área. “Neste caso, não tivemos como chegar a tempo para evitar o que
aconteceu”, disse ele. O policial falou que são raros os casos em que ocorre o
uso de armas, mesmo que brancas. “Geralmente, a violência parte do homem, e de
mãos vazias”.
Para a delegada Vilma Alves, deve-se
avaliar o conflito conjugal com cuidado. Ela explicou que o acúmulo de ameaças
de violência diárias que algumas mulheres sofrem, somado com o período
pré-menstrual, em que a mulher está mais agitada, pode culminar em casos como
esse. “Não é querendo ser a defensora das mulheres, mas é preciso saber o
motivo. São muito raros casos em que a mulher mata o marido”, disse ela.
Segundo a delegada, a psicologia chama esses casos de “Síndrome da mulher
espancada”.
A professora Dulce Silva disse que em
98,2% dos casos de violência doméstica é o homem quem agride a mulher, e que
quando acontece o contrário, em geral a mulher está se defendendo: “Ela reage
quando já não suporta mais”, disse. “Não é querendo romantizar, dizer que as
mulheres são modelos de santidade. Não negamos que existem mulheres que
‘infernizam’ a vida do homem. Mas há muito mais homens que infernizam
a vida das mulheres”, completou.
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