Mãe da menina morta em Caxias não segura o choro e depoimento é interrompido
Julgada na tarde desta quinta-feira (22) no fórum de Duque de Caxias, na baixada Fluminense, pelo assassinato da menina Lavínia Azeredo, de seis anos, Luciene Reis disse ao juiz Paulo Rodolfo Maximiliano de Gomes Tostes que não quer falar sobre o caso e manteve o seu direito de permanecer em silêncio. Até 18h, nove testemunhas já haviam sido ouvidas.
Uma delas foi a mãe de Lavínia, Andreia de Azeredo Azevedo. Ela se emocionou muito durante o depoimento, que chegou a ser interrompido, e afirmou que não sabia que o pai da vítima, Roni, e a acusada eram amantes.
- Não sabia do relacionamento dos dois. Quando ela ligava, ele negava e, como não havia fundo de verdade, eu nunca acreditei. No domingo (um dia antes do desaparecimento da menina), saímos nós três e Roni voltou antes de mim e da Lavínia. Depois, eu cheguei com a Lavínia e ele saiu. Eu ligava, mas ele não atendia. Por volta das 23h, ele atendeu, mas não era ele, era ela, que falou um monte de palavrão e desligou. Continuei a minha rotina. Tentei ligar de novo e nada.
A mulher de Roni conta que o marido chegou à casa por volta de 3h30, com a bermuda rasgada. Segundo A ndréia, ele contou que havia brigado com um rapaz na rua, mas sem esclarecer o motivo. A conversa dos dois acabou acordando Lavínia e a mãe foi ao quarto para fazê-la dormir novamente. No momento em que relatava isso no tribunal, Andréia caiu em prantos e o depoimento foi interrompido.
Após ser amparada por familiares, a mãe de Lavínia prosseguiu com o depoimento:
- Peguei minha filha e botei para dormir. Por volta de 5h30 levantei e acordei Roni. Percebi a porta destrancada. Quando abro a parta, vejo a janela do quarto dela aberta. Voltei e fui olhar. Achei que meu sogro tivesse chamado ela, porque costumava fazer isso. Perguntei ao meu sogro sobre a Lavínia. Quando ele disse que não, olhei na rua e nada. Avisei o Roni. Minha cunhada ligou para a
polícia. Roni saiu, mas não disse para onde ia. Fui fazer o registro na delegacia.
Segundo Andréia, na volta da rua Roni acusou Luciene do sequestro da filha deles.
- Ele me disse: foi aquela mulher que pegou a Lavínia. Naquela hora, só a minha filha importava. Eu disse a ele que a gente deveria contar a verdade e não dizer que ele tinha brigado com um homem na rua.
Depois disso, continuou Andréia, o casal foi à casa de Luciene.
- Eu disse que só queria saber da minha filha, que não me importava o que ela tinha com o Roni. A polícia levou ela para a delegacia. Na segunda-feira ele disse que tinha sido o ex-marido dela. Roni nunca disse que apresentou Lavínia e Luciene. Quando ela ligava, não ameaçava. Ela falava só sobre a relação dela com o Roni.
Pai se descontrola e é contido por PMs
Sétima testemunha a prestar depoimento na tarde desta quinta-feira (22) no julgamento de Luciene Reis, acusada pelo assassinato de Lavínia Azeredo, seis anos, o pai da menina, Roni dos Santos de Oliveira, protagonizou cenas de desespero. Transtornado, ele se levantou e, aos gritos e chorando muito, chamou Luciene de terrível, monstro e assassina. Ele teve que ser contido por três PMs, pelo advogado e familiares.
Luciene Reis será julgada por júri popular, formado por quatro mulheres e três homens. Lavínia Azeredo apareceu morta no quarto de um hotel, há mais de 1 ano, em Duque de Caxias, na baixada Fluminense.
Antes do julgamento, parentes e amigos de Lavínia fizeram manifestação em frente ao fórum. Munidos de cartazes e camisetas com pedidos de Justiça, eles esperam pela condenação de Luciene, que ficou conhecida como a "fera da baixada". A avó de Lavínia, Marta dos Santos de Oliveira, estava muito emocionada.
Fonte: R7
Link da notícia: http://noticias.r7.com/rio-de-janeiro/noticias/caso-lavinia-acusada-se-recusa-a-depor-e-permanece-em-silencio-durante-julgamento-20120322.html
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